2 de outubro de 2013

VOCÊ É A FAVOR DA GREVE DOS PROFESSORES?

Dayane Emrich

Há uma semana os professores da rede municipal de ensino, após paralisação de 72h, decidiram, em reunião convocada pelo Sepe (Sindicato dos trabalhadores da Educação nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro), que a categoria entraria em greve por tempo indeterminado.

Os profissionais de ensino reivindicam pela incorporação do abono de R$ 130, reajuste salarial, implementação do Plano de Carreira, convocação do restante dos concursados de 1999 e 2007 que estão na lista de espera e melhorias no sistema de educação que, segundo eles, desvaloriza o profissional e torna deficiente o processo de trabalho dos mesmos.

Sabendo que o movimento não ocorre apenas em Nova Friburgo, mas em muitas outras partes do país, o NOVA IMPRENSA foi as ruas para ouvir o que as pessoas pensam sobre o assunto: 

“Eu acho que cada um faz o que é necessário para si. As pessoas têm que lutar pelo aquilo que desejam. Eu me esforço, pago um colégio particular para minha filha porque eu acho que a educação pública está, realmente, precária. Essas greves são muito importantes para melhorar a situação dos professores, das escolas, do ensino”. Vanilza Pires, secretária, moradora do Jardim Califórnia”. 

“Eu acho justo a greve dos professores, pois, desta forma, eles estão reivindicando pelos seus direitos, assim como todo mundo tem direito de ter uma opinião, como nós temos reivindicações sobre o governo, eles também tem as reivindicações deles. Eu acredito que a greve é muito importante para melhorar não só o incentivo fiscal dos professores, mas também a área de suporte físico das escolas. Eu tenho uma irmã que, por exemplo, estuda na UFF, mas a estrutura física do local não é propriamente adequada ao que deveria ser. O lado ruim é que a paralisação atrapalha os estudantes pela questão de ter que repor essas aulas depois, geralmente no período de férias. Se eles tivessem um outro meio de resolver essa situação sem a greve seria melhor, só que como a gente sabe que se eles não paralisaram  não vão obter resposta nenhuma... Ninguém vai tomar providência nenhuma... Esse é o meio que eles encontraram para reivindicar”, Aline Gonçalves, enfermeira, de Santa Maria Madalena. 

“Eu apoio os professores. Só com conversas e pedidos os nossos governantes, infelizmente,  não tomam atitude. Se eles não fizerem greves nunca vão conseguir salários que condizem com as dificuldades enfrentadas todos os dias pela profissão. Sei que estudantes ficam sem aula e são prejudicados, mas além dos salários, os professores reivindicam por melhorias no sistema como um todo; tanto na estrutura física como em material didático. Ou seja, eles brigam por melhores condições de ensino, as quais, se atendidas, beneficiarão os alunos e consequentemente levarão á uma educação de maior qualidade”, Adriano Sousa, 27 anos, Conselheiro Paulino. 

“Eu acho que com essa greve a educação vai melhorar. Eu acho que precisa de um empurrãozinho, porque não é que a educação esteja ruim, mas os professores deixam de dar a educação necessária por causa do valor que eles recebem no fim do mês. Esse valor não motiva ninguém a trabalhar. Você já se formou naquilo para ter prazer... E ainda recebe pouco?! Isso desmotiva qualquer um. O lado ruim é que depois acumula muita matéria e os alunos têm que aprender uma quantidade de coisas em curto período. Quem sai perdendo neste caso são os alunos. Mas pelo lado dos professores, eu acredito que se houver essas melhoras que eles estão reivindicando, pode ser bom para todos no fim da história”. Crislaine Ribeiro, 18 anos, estudante da rede municipal, mora em Varginha. 

“Eu sou a favor. Acho a greve muito justa. A pessoa têm que lutar mesmo pelos seus direitos, tem que fazer greve mesmo. Se o povo não se movimentar, não agir, a coisa para de vez. A coisa já está ruim, então, se o povo não botar para frente, não botar o pau para quebrar mesmo, nada nunca vai ser feito. Eu sou muito a favor das greves sim. A respeito dos atrasos das aulas é uma coisa que recupera depois, nem que estude todo sábado, é uma coisa que dá para recuperar depois. Eu penso que eles tem que parar mesmo, para conseguirem um aumento de salário, que por sinal, é uma vergonha. Se eles ganharem o aumento voltam com mais disposição, vão trabalhar bem, vão ensinar melhor. Por mais que atrase um pouco mais o lado das crianças é para ajudar a categoria, para eles conseguirem um salário mais justo, mais digno.” Ilzamar Sousa Freima, 47 anos, dona de casa, mora em Mury. 

“Eu acho que a greve dos professores é uma coisa boa para eles. Para os alunos, por outro lado, não é tão bom, pois nós ficamos sem aula. Eu acredito que o governo é que deveria melhorar a estrutura física dos colégios, contratar mais professores e dar um salário melhor para os mesmos. A greve serve para melhorar os salários mas, tem professor que já e usa a paralisação como uma espécie de folga. Assim, tem pontos que eu concordo e outros que não concordo.” Caio Tischer, estudante, 16 anos, mora no Cascatinha. 


“Eu concordo com a greve porque os professores merecem um salário digno, pois é uma profissão muito difícil, eles passam por muitas situações no dia-a-dia das escolas. Essa greve dos professores todo ano acontece e nunca as questões são resolvidas. Os alunos ficam sem aula, depois tem que repor, o que as vezes não acontecem. Eu já passei por isso, já fiquei sem aula durante um tempo e depois, na hora de ‘repor’, aos sábados, nós só assistíamos filmes, ou seja, não houve efetivamente a reposição”. Mateus Costa, 15 anos, estudante, mora em Mury.

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