Dayane Emrich
Há uma semana os professores da rede municipal de ensino, após
paralisação de 72h, decidiram, em reunião convocada pelo Sepe (Sindicato dos
trabalhadores da Educação nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro),
que a categoria entraria em greve por tempo indeterminado.
Os profissionais de ensino reivindicam pela incorporação do
abono de R$ 130, reajuste salarial, implementação do Plano de Carreira,
convocação do restante dos concursados de 1999 e 2007 que estão na lista de
espera e melhorias no sistema de educação que, segundo eles, desvaloriza o
profissional e torna deficiente o processo de trabalho dos mesmos.
Sabendo que o movimento não ocorre apenas em Nova Friburgo, mas
em muitas outras partes do país, o NOVA IMPRENSA foi as ruas para ouvir o que
as pessoas pensam sobre o assunto:
“Eu acho que cada um faz o que é necessário para si. As pessoas
têm que lutar pelo aquilo que desejam. Eu me esforço, pago um colégio
particular para minha filha porque eu acho que a educação pública está,
realmente, precária. Essas greves são muito importantes para melhorar a
situação dos professores, das escolas, do ensino”. Vanilza Pires, secretária,
moradora do Jardim Califórnia”.
“Eu acho justo a greve dos professores, pois, desta forma, eles
estão reivindicando pelos seus direitos, assim como todo mundo tem direito de
ter uma opinião, como nós temos reivindicações sobre o governo, eles também tem
as reivindicações deles. Eu acredito que a greve é muito importante para
melhorar não só o incentivo fiscal dos professores, mas também a área de
suporte físico das escolas. Eu tenho uma irmã que, por exemplo, estuda na UFF,
mas a estrutura física do local não é propriamente adequada ao que deveria ser.
O lado ruim é que a paralisação atrapalha os estudantes pela questão de ter que
repor essas aulas depois, geralmente no período de férias. Se eles tivessem um
outro meio de resolver essa situação sem a greve seria melhor, só que como a
gente sabe que se eles não paralisaram
não vão obter resposta nenhuma... Ninguém vai tomar providência
nenhuma... Esse é o meio que eles encontraram para reivindicar”, Aline
Gonçalves, enfermeira, de Santa Maria Madalena.
“Eu apoio os professores. Só com conversas e pedidos os nossos
governantes, infelizmente, não tomam
atitude. Se eles não fizerem greves nunca vão conseguir salários que condizem
com as dificuldades enfrentadas todos os dias pela profissão. Sei que
estudantes ficam sem aula e são prejudicados, mas além dos salários, os
professores reivindicam por melhorias no sistema como um todo; tanto na
estrutura física como em material didático. Ou seja, eles brigam por melhores
condições de ensino, as quais, se atendidas, beneficiarão os alunos e
consequentemente levarão á uma educação de maior qualidade”, Adriano Sousa, 27
anos, Conselheiro Paulino.
“Eu acho que com essa greve a educação vai melhorar. Eu acho que
precisa de um empurrãozinho, porque não é que a educação esteja ruim, mas os
professores deixam de dar a educação necessária por causa do valor que eles
recebem no fim do mês. Esse valor não motiva ninguém a trabalhar. Você já se
formou naquilo para ter prazer... E ainda recebe pouco?! Isso desmotiva
qualquer um. O lado ruim é que depois acumula muita matéria e os alunos têm que
aprender uma quantidade de coisas em curto período. Quem sai perdendo neste
caso são os alunos. Mas pelo lado dos professores, eu acredito que se houver
essas melhoras que eles estão reivindicando, pode ser bom para todos no fim da
história”. Crislaine Ribeiro, 18 anos, estudante da rede municipal, mora em
Varginha.
“Eu sou a favor. Acho a greve muito justa. A pessoa têm que
lutar mesmo pelos seus direitos, tem que fazer greve mesmo. Se o povo não se
movimentar, não agir, a coisa para de vez. A coisa já está ruim, então, se o
povo não botar para frente, não botar o pau para quebrar mesmo, nada nunca vai
ser feito. Eu sou muito a favor das greves sim. A respeito dos atrasos das
aulas é uma coisa que recupera depois, nem que estude todo sábado, é uma coisa
que dá para recuperar depois. Eu penso que eles tem que parar mesmo, para
conseguirem um aumento de salário, que por sinal, é uma vergonha. Se eles
ganharem o aumento voltam com mais disposição, vão trabalhar bem, vão ensinar
melhor. Por mais que atrase um pouco mais o lado das crianças é para ajudar a
categoria, para eles conseguirem um salário mais justo, mais digno.” Ilzamar
Sousa Freima, 47 anos, dona de casa, mora em Mury.
“Eu acho que a greve dos professores é uma coisa boa para eles.
Para os alunos, por outro lado, não é tão bom, pois nós ficamos sem aula. Eu
acredito que o governo é que deveria melhorar a estrutura física dos colégios,
contratar mais professores e dar um salário melhor para os mesmos. A greve
serve para melhorar os salários mas, tem professor que já e usa a paralisação
como uma espécie de folga. Assim, tem pontos que eu concordo e outros que não
concordo.” Caio Tischer, estudante, 16 anos, mora no Cascatinha.
“Eu concordo com a greve porque os professores merecem um
salário digno, pois é uma profissão muito difícil, eles passam por muitas
situações no dia-a-dia das escolas. Essa greve dos professores todo ano
acontece e nunca as questões são resolvidas. Os alunos ficam sem aula, depois
tem que repor, o que as vezes não acontecem. Eu já passei por isso, já fiquei
sem aula durante um tempo e depois, na hora de ‘repor’, aos sábados, nós só
assistíamos filmes, ou seja, não houve efetivamente a reposição”. Mateus Costa,
15 anos, estudante, mora em Mury.
Nenhum comentário:
Postar um comentário